Saiu na mídia! Ex-garçom vende carro para empreender e hoje é dono de franquias de serviços automotivos

Oliveira gostava muito do universo automotivo. Tanto que, quando comprou seu primeiro carro, um Monza 89, gastava parte do salário para customizá-lo com caixas de som e rodas diferentes. Ele queria empreender nesse setor, mas não sabia como. Até que encontrou um amigo que tinha o conhecimento técnico. Os dois resolveram arriscar juntos. “Ele entraria com as ferramentas e serviços, eu, com o dinheiro, e dividiríamos o lucro da loja”, diz.

O empreendedor, então, usou os R$ 900 que recebeu pela demissão e o dinheiro que conseguiu vendendo o tão amado Monza – ele negociou o veículo por uma moto e o restante em dinheiro. O total somou R$ 3,9 mil. Com essa quantia, alugou um ponto em São Paulo onde só cabia um carro de porte médio. “Era o que eu conseguia pagar na época. Hoje lá funciona um salão de cabeleireiro, com uma cadeira só”, afirma.

Oliveira lembra que era muito desestimulado e desacreditado por amigos e família no início. “Falavam que era muito pequeno, que não tinha como passar credibilidade.” Aos poucos ele foi aprendendo o negócio, mas começou a ter problemas com o sócio. Sem conseguir atender aos clientes que apareciam, começou a perder dinheiro.

Quando teve um grande prejuízo com um serviço de aplicação de insulfilm, o empreendedor resolveu reiniciar a jornada e comprar a parte do sócio. A partir daí, Oliveira trouxe novos funcionários – inclusive o ex-sócio – e se mudou para um ponto maior.

Em 2011, o negócio já andava com as próprias pernas e não lembrava nem de longe aquela empreitada assumida pelo ex-ajudante de garçom dois anos antes. No entanto, mais uma reviravolta mudaria a história: a chegada de dois concorrentes à região. “Me aproximei e ofereci ajuda. Vendia meus serviços a preços menores para eles. Por fim, acabamos por formar uma sociedade juntos”, afirma. Assim, o trio de empreendedores se uniu e abriu três lojas.

Com o tempo, um novo atrito separou os três sócios. Cada um ficou com sua própria loja e a de Oliveira ganhou o nome de Nani Sound (ele é conhecido pelo apelido Nani, diminutivo de Ananias). O empreendedor reconhece que acabou perdendo a mão dos gastos por volta de 2014, com a economia em alta, ainda surfando no alto PIB de 2010. O reflexo da gastança veio na crise de 2015, que deixou uma dívida de R$ 250 mil na mesa do empreendedor.

Sem conseguir arcar com o aluguel do ponto, Oliveira precisou se mudar para outro local menor. Àquela altura, ele já devia para fornecedores e não conseguia mais comprar nem mesmo a matéria-prima necessária. “Eu usava a maquininha de parceiros para conseguir fazer os serviços.” Ele calcula que tenha passado cerca de dois anos nessa situação.

Tudo só voltou a melhorar quando a esposa de Oliveira, Márcia Severo Mourão Furtado, visitou a loja e viu que a situação estava pior do que ela imaginava. Os dois decidiram que um novo CNPJ seria aberto no nome dela e que Furtado ficaria responsável pelo controle financeiro. Assim, o dinheiro voltou a entrar e o empreendedor conseguiu quitar as dívidas.

A partir de 2017, a Nani Sound voltou a se equilibrar e abriu mais três unidades. Pouco mais de dois anos depois, em 2020, Oliveira conversava com o amigo Fernando Cássio, que trabalha no Grupo Kalaes, fundado por Sidney Kalaes, e se interessou pela possibilidade de crescer com franquias. Oliveira topou a proposta e Cássio entrou como sócio do negócio.

Agora, a projeção é inaugurar 50 unidades até o fim do ano. Seis franquias já foram comercializadas. O investimento inicial total é de a partir de R$ 180 mil. O valor inclui taxa de franquia, capital de giro e capital para instalação. A projeção de retorno do valor é em até 24 meses.

Fonte: Revistapegn.globo.com